2) Não nos cabe domesticar a realidade, e sim amá-la: quanto mais amamos a realidade em sua multiplicidade una, mais próximos estamos de nós mesmos, mais próximos estamos de universalizar-nos, mais próximos estamos da Beleza;
3) Posto que só é possível atingir a Beleza – a condição em que superamos as barreiras do ego e transcendemos Maya – àqueles que devidamente disciplinam a alma para atingi-la, cumpre-nos aprender a cultivar a “calma nas percepções, concentração na mente e serenidade no coração” (Katha Upanishad);
4) Seguem-se, portanto, duas possibilidades para quem lê a Olímpica II e permanece intocado. A primeira: não a leu corretamente; a segunda: não é suficientemente sensível – ou seja, não está à altura de Píndaro;
5) A Beleza, então: Aretê, Brahman, Ein Sof, o Logos, o Tao, Nirvana, Cristo – um fim em si; sua argila: a indiferença da folha, o semblante do navegador, a solitude da nuvem, o suspiro do guerreiro, a mudez da noite; seu Prometeu: o olho, o ouvido, o corpo capaz de contemplar, admirar, sublimar a realidade;
6) Ésquilo:
“Ζεύς, ὅστις ποτ᾽ ἐστίν, εἰ τόδ᾽ αὐ-τῷ φίλον κεκλημένῳ,τοῦτό νιν προσεννέπω.”
(Agamemnon 160-2)
(Atenas, 9/24)
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