Vim a Thiais para depositar flores no túmulo de Celan. O ambiente repousa em sereno silêncio; penso que o poeta está feliz aqui. Sou um discípulo de Celan: escrevo porque busco descobrir-me, orientar-me, mensurar a minha própria realidade. Por coincidência, é outono – “somos amigos”.
quarta-feira, 30 de outubro de 2024
domingo, 13 de outubro de 2024
13/10
Alguns professores que souberam louvar a simplicidade: Homero (The Iliad IX.223-394, Fitzgerald; Odisseia XI.597-600, Pope), Vyasa (Baghavad Gita 6, 12, 13, Patton), Píndaro (Nemean 8, Verity), Ésquilo (Agamemnon 378-80, Lattimore; The Persians 839-42, Benardete), Platão (República X 620-c, Grube), anônimo veda (Kena Upanishad: Part I; Prasna Upanishad: First Question; Svetasvatara Upanishad: Part I, Mascaró), Virgílio (Ecloga I, Ferry), Saigyō, Luís de León (Vida Retirada; Al salir de la cárcel), Góngora (Ande yo caliente...), Quevedo (A Roma sepultada en sus ruinas), Pope (Ode to Solitude), Leopardi (L’Infinito), Emerson (Nature), Thoreau (Walden), Nietzsche (Mein Glück, Kaufmann), Jiménez, Caeiro, Pound (Notes for Canto CXX), Ungaretti (Girovago), Akhmátova (I've learned to live simply), Lagerkvist (Evening Land, Auden e Sjöberg), Lorca (Delirio), Borges (Los Justos), Drummond (A Flor e a Náusea), Tranströmer (Allegro, Fulton).
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Alguns professores que souberam louvar a guerra interna, individual, verdadeira: Homero (The Odyssey XX.18-21, Lattimore; Hymn 8: To Ares, Crudden), Heráclito, Vyasa (Bhagavad Gita 6, Patton), Platão (República X.604-d, Grube), anônimo veda (Katha Upanishad: Part II, Mascaró), Tennyson (Ulysses), Nietzsche (The Gay Science: Heraclitean e 283; Twilight of the Idols, Kaufmann), Kavafis (Ithaca), Faulkner (discurso do Nobel).
sexta-feira, 11 de outubro de 2024
11/10
E a noite cai sobre a Acrópole. A Grécia de hoje é cinza, eclipse, incêndio de um tempo findo – um tempo de homens livres, valentes e felizes. Olho para a pálida lua minguante e penso: esta é a mesma lua que Ésquilo um dia viu.
quarta-feira, 9 de outubro de 2024
sem título (6)
Bebo o teu copo de areia –
de novo, o chão se molha.
O pardal traz a agulha;
a agulha fia o cetro.
É tempo de mãos sujas.
Alguém, no escuro, ainda
recolhe cacos da aurora.
terça-feira, 1 de outubro de 2024
1/10
Creio no Deus de Emerson – o Deus que constitui a essência misteriosa, inefável e eterna de tudo; o Deus que reside em nós, transcendendo os limites da linguagem, da razão e do ego; o Deus que somos através da Beleza, do Bem e da Verdade. As mais nobres tradições da humanidade descobriram-No em manifestações, símbolos e nomes distintos: cada uma delas está correta à sua maneira. Somente se compreendermos isso é que poderemos verdadeiramente celebrar a existência em sua realidade primordial, múltipla, subjetiva. Ensina-nos um Upanishad: “De fato, quem ascende ao conhecimento de Deus torna-se Deus.”
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